Author Archives: Sal e Neve

ARTIGOS CIENTÍFICOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS

  • CIRMARE 2020

Congresso Internacional na “Recuperação, Manutenção e Restauração de Edifícios” – Rio de Janeiro, Brasil.

​DIRETIVAS PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DA ENVOLVENTE DE EDIFÍCIOS CORRENTES EM REGIME DE CONDOMÍNIO ATENDENDO AO REGISTO DE RECLAMAÇÕES E CUSTOS DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO CORRENTES

(Ver Website)


Vitorino Neves; João Lanzinha

 

·    REHABEND 2020 – Congreso Euro-Americano

“Patología de la Construcción, Tecnología de la Rehabilitación y Gestión del Patrimonio” – Granada

​DIRETIVAS PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DA ENVOLVENTE DE EDIFÍCIOS CORRENTES EM REGIME DE CONDOMÍNIO

 

(Ver Website)


Vitorino Neves; João Lanzinha

 

·    STARTCON19

International Doctorate Students Conference in Civil Engineering

​THE IMPORTANCE OF THE DIRECTIVES CREATION FOR THE EVALUATION OF THE BUILDINGS ENVELOPE CONDITIONS IN CONDOMINIUM REGIME INSERTED IN A TECHNICAL MANAGEMENT MODEL

(Ver Website)


Vitorino Neves; João Lanzinha

 

·    REHABEND 2018 – Congreso Euro-Americano

“Patología de la Construcción, Tecnología de la Rehabilitación y Gestión del Patrimonio” – Cáceres – Maio de 2018

​THE IMPORTANCE OF COMPLAINTS REGISTRATION, MAINTENANCE AND CURRENT REHABILITATION ACTIONS, AND THEIR COSTS IN CONDOMINIUM MANAGEMENT OF CURRENT COLLECTIVE HOUSING BUILDINGS

(Ver Website)


Vitorino António Moreira Neves; José António Raimundo Mendes da Silva; Anabela Paiva

·    ICEUBI – International Congress on Engineering

Universidade da Beira Interior – Dezembro de 2017

​TECHNICAL PERFORMANCE, HERITAGE PRESERVATION AND SUSTAINABILITY: A NEW CHALLENGE IN REHABILITATION?

(Ver Website)


Catarina Pinto Mouraz; Vitorino Antonio Moreira Neves; Carlos Miguel Alves Sá; José António Raimundo Mendes da Silva; Anabela Correia de Paiva 

 

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VI(SEU) UMA CIDADE A OLHAR PARA A REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO

VI(SEU) UMA CIDADE A OLHAR PARA A REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO

Sábado, cidade de Viseu, centro histórico, dia cinzento com frio, transeuntes com olhares intrigantes, expressando que algo estaria diferente naquele dia. E não era efectivamente um dia qualquer para a cidade e para os seus habitantes. O deslumbrante centro histórico de Viseu, engalanou-se para receber mais de uma centena de técnicos, vindos de diversos pontos do país, num evento organizado pelo programa “Viseu Património” apelidado de “Freeze Viseu – Um dia para conhecer e preservar” liderado pelo Prof. Dr. José Raimundo Mendes da Silva, personalidade marcante nos trabalhos de excelência elaborados no âmbito do património edificado e de reconhecido valor no seio da docência universitária. Só o nome do evento já fazia prever uma caminhada gélida para os corpos, mas nas mentes surgia a ideia de conservação (a gelo) efectuando um paralelismo instantâneo a uma outra conservação, a dos edifícios.

Deambulando pelas ruas deste centro, diversos grupos pluridisciplinares nos ramos da engenharia, arquitectura e outras áreas ligadas ao património, organizando os primeiros preenchimentos de tabelas de registo técnico e acarretando as suas máquinas fotográficas, foram-se preparando para efectuarem uma “radiografia” aos edifícios, não só através de uma caracterização preliminar da imagem global da tipologia e do estado de conservação dos edifícios, mas também através de um “olhar” fotográfico.

Para espanto de muitos, encontrou-se um centro histórico totalmente “vivo”, onde habitantes, comerciantes e até turistas, interagiram e quiseram acrescentar mais algum valor com as suas ideias, suas memórias e conhecimentos, abrindo gentilmente as portas de suas casas para que se pudessem visualizar melhor determinadas características. Simplesmente simpatia, globalmente reconhecida das gentes da Beira? Ou uma mentalidade já consciente de que conservação e reabilitação do património edificado é um trabalho efectuado com a população e para a população?

Transpondo um olhar mais atento a todo espaço circundante por onde se ia passando, verificavam-se diversas marcas históricas, sociais e culturais, “embriagando” os técnicos com as geometrias, cores e texturas muitas vezes resultantes de contrastes causados pela contemporaneidade.

Os olhares, que diariamente são desviados como que por uma necessidade social, focados naquelas lojas de decoração e artigos artesanais, nas pastelarias, ou nas roupas que dão vida aos manequins expostos nas vitrinas, focaram-se, desta vez, nas coberturas e nos elementos das fachadas. Em malabarismos entre muros e socalcos, para conseguir as melhores fotografias, ia-se discutindo sobre os tipos de telhas utilizadas, se continham ou não musgos, líquenes ou bolores e se a orientação geográfica influenciava diversas patologias que eram visíveis. Os grupos envolviam-se em discussões técnicas, sob o olhar atento dos habitantes e da imprensa, sendo este o cenário que predominou ao longo do dia. Existindo uma abstracção de partes mais técnicas, como por exemplo, pensar no retrato estrutural do edifício e tentar compreender o seu dimensionamento e sua execução (feita na altura de forma mais ou menos empírica) ou pensar em todas as patologias que estão presentes em vários elementos do edifício, essencialmente, pôde-se “respirar” património, com uma diversidade de materiais, com extrema importância cultural, que a cidade de Viseu herdou.

O dia ficou ainda marcado pelas visitas ao interior de dois edifícios (Rua Direita nº 194 e Rua. Dr. Luís Ferreira, nº94) onde mais uma vez se sentiu o cunho patrimonial, visualizando-se paredes em tabiques com pormenores bastante singulares, pisos, revestimentos, partes estruturais que conduziram a mais discussões técnicas, fazendo-nos sentir que ficaríamos ali tempos indeterminados para absorver tudo o que nos rodeava.

O leitor, se ainda não fez este exercício, poderá certamente passear pelo centro histórico de Viseu e enquanto disfruta de uma paisagem deslumbrante, poderá simultaneamente observar, com um olhar mais atento, o edificado presente. Será a traça toda idêntica? Os diversos tipos de vãos dar-nos-ão algumas indicações? Qual a configuração das varandas e que materiais são utilizados? Qual é o revestimento das fachadas? Vale a pena só observar, ou também tocar? Ao verificar zonas em destaque, visualizam-se cores diferentes das argamassas utilizadas no suporte, o que significará? E as esculturas e frontões (peças que decoram a parte superior das portas e janelas, ou que coroa a entrada principal de um edifício) o que transmitem?

Os Visienses deverão estar orgulhosos do seu município pela realização deste evento, o qual permitiu obter, no final do dia, dados de aproximadamente 500 edifícios, que servirão no futuro para estudos tecnicamente mais apurados.

Sábado, cidade de Viseu, centro histórico, final de tarde com frio, transeuntes com olhares de esperança, vi uma cidade a olhar para a reabilitação do património edificado.

Ver Artigo

Artigo publicado no Jornal “Diário de Viseu


VITORINO NEVES

ENG.º CIVIL

Especialização em reabilitação de edifícios pela Universidade de Coimbra

VIVER MELHOR COM A RIA(BILITAÇÃO) DE AVEIRO

“VIVER MELHOR COM A RIA(BILITAÇÃO) DE AVEIRO”

Em Aveiro, à semelhança do que acontece nas restantes sociedades contemporâneas, os utilizadores dos edifícios esperam, de uma forma generalizada, padrões elevados para os mesmos no que respeita à durabilidade e à resistência aos agentes de deterioração e simultaneamente, conforto térmico, acústico, de iluminação natural e de ventilação. Para tal, é expectável que elementos como fachadas, paredes exteriores, varandas, coberturas e caixilharias resistam aos referidos agentes, sejam arquitetonicamente agradáveis e que, ao mesmo tempo, sirvam de isolamento, criando uma imagem de equilíbrio.

Resultado de alguma experiência que venho obtendo nos últimos anos nesta região, constato que mesmo os edifícios recentemente construídos não apresentam a qualidade desejada, havendo alguns com patologias consideradas graves que condicionam a sua utilização. Esta falta de qualidade deve-se sobretudo à complexidade dos elementos durante a construção, à rapidez exigida, ao desconhecimento da aplicação de alguns materiais, à falta de garantia dos mesmos e à inexistência de um especialista na equipa durante o processo de trabalho.

Nesta região, os edifícios recentes vivem de “mãos dadas” com os edifícios antigos (construídos antes do betão armado se tornar no material estrutural dominante, o que ocorreu na segunda metade do século XX), havendo, entre estes, muitos com os princípios estéticos adoptados pela Arte Nova, onde existe uma forte ligação entre painéis de azulejo, elementos em ferro forjado, de pedra e de vidro, levando a cidade de Aveiro a ser considerada cidade-museu da Arte Nova em Portugal.

Durante décadas, não se deu a devida atenção à calamitosa degradação do edificado e, nos últimos anos, o tema “Reabilitação” tem merecido especial destaque no seio dos diferentes quadrantes da sociedade. Cada vez mais se assiste a uma crescente preocupação dos cidadãos e de algumas instituições pela reabilitação do património edificado.

O leitor, deduzindo que as técnicas e materiais utilizados na construção dos diferentes tipos de edifícios são totalmente distintos, certamente perguntar-se-á: As patologias diagnosticadas serão idênticas em todos os edifícios? A estratégia de intervenção será a mesma em casos diferentes? É importante um projecto de reabilitação? Existem melhores resultados finais nas obras de reabilitação se as mesmas forem sujeitas a fiscalização? Será necessário recorrer a técnicos especializados no âmbito da reabilitação do edificado?

Neste momento de fragilização económica que o país atravessa, surge paralelamente a ponderação da realização de manutenção e, devido à complexidade quer do processo de manutenção, quer do processo da reabilitação dos edifícios, acumulado com o facto de estarem no mercado agentes e equipas tecnicamente não especializadas, torna-se pertinente reflectirmos sobre quais as necessidades/expectativas em relação à reabilitação e/ou manutenção dos nossos edifícios e que nível de satisfação teremos no futuro.

Essa reflexão certamente que nos fará viver melhor com a ria e com a reabilitação de Aveiro.

“…torna-se pertinente reflectirmos sobre quais as necessidades/expectativas em relação à reabilitação e/ou manutenção dos nossos edifícios e que nível de satisfação teremos no futuro.”

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Artigo publicado no Jornal “Diário de Aveiro